segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Minha avó não sabia ler e nem escrever. Mas sabia eternizar.



Minha avó não sabia ler e nem escrever. Mas sabia eternizar.
E assim ela foi eternizando em mim, os verbos que não leu e nem escreveu, apenas escutou....
Eu na minha infância, apenas enxergava seus movimentos. Ela pegava um livro, olhava para ele e começa a contar historias. Não lia, apenas contava. Oras, ela não sabia ler, mas eu, eu sabia escutar....

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Chove....

Sempre que chove lembro de minha infancia. Eu e vovó sentavamos a beira da porta da cozinha e ficavamos vendo e ouvindo os pingos cairem no chão de terra no fundo do quintal. A chuva corria em caminhos estreitos feito no chão. Livre e liberta das nuvens, ela apenas queria viver. Deixou de ser chuva. Agora era apenas água.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aqui mora minha essencia...


Ando pensando na necessidade que por vezes temos de voltar ao passado, usando da justificativa que precisamos nos reconectar, recuperar nossa essência perdida em algum lugar.

Primeiro acredito que essência é algo inerente do ser, por mais perdido que eu esteja dentro do meu eu, minha essência sempre estará comigo. Talvez seja eu que não queira estar com ela.

Voltar sempre é bom. Rever o caminho, identificar as pessoas que tanto nos tempos de vacas magras ou agora, no das gordas, estão ao nosso lado. Isso é bom.

Porem, melhor ainda é continuar, seguir a frente, evoluir.

Minha viagem ao passado em nada ira mudar o que sou hoje. O que sou é fruto daquilo que fui. E, de posse desse fruto, devo continuar. Com minhas limitações e erros, com meus acertos e tentativas. Mas sempre seguir.

Voltar. Pegar o caminho certo. Não! O caminho dito certo não peguei no passado, dei preferencia  ao atalho que me trouxe ate aqui. O que me resta agora é continuar a caminhada. Fazendo dos meus  passos de hoje, boas pegadas a serem vista no amanhã!

O importante é seguir sendo quem eu sou, e não aquilo que pensam que eu venha a ser ou o que falam que eu seja….
Aqu mora minha essência. Na responsabilidade pelos meus passos errados, mas também na propriedade dos passos que irei trilhar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ontem choveu por aqui


(Foto da internet)
     Ontem choveu por aqui.
     O dia não estava claro, mas também não estava escuro. O dia estava dia.
     Saí na janela e não alcancei a gota d’água que caía. Mas não foi necessário, ela percebendo que eu queria alcança la, resolveu visitar meu rosto.
     Gosto de chuvas.
     Quando eu era pequeno, vovó me ensinava à metáfora da chuva. Toda cheia de símbolos, ela me falava que quando chovia, era porque “São Pedro” estava lavando a casa dele.
    Na imaginação de uma criança, tudo aquilo ganhava vida, gestos, movimentos e outros mais.
     Ontem choveu por aqui. Porém dessa fez não foi São Pedro que lavou sua casa. Fui eu, que ao olhar para a casa do coração, resolvi lava lá.
     Ontem choveu por aqui.... chuva de tempestade.
     Não foi a chuva que caí do “céu” e corre pelas calçadas.
     A chuva que caiu por aqui brotou do coração, formou nuvéns nos olhos e escorreu. Caminhou pelo rosto negro de um homem.
     Ontem, chorei por aqui.....

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amigos.....

Por vezes é assim. A dificuldade chega e estabelece em nossa vida, sua moradia. Joga suas coisas na sala de nossa casa, e por lá fica. Nós, tambem, por lá ficamos. Imóvel, paralizado. Sequestrado por aquela situação. Nessas horas, amigos são bem vindos. Não aqueles que oucupam o lugar da fiança, para simplesmente nos ver livre. Mas sim aqueles que estabelecem comunicação com nossa dificuldade, que nos olham nos olhos e nos mostram que juntos podemos vencer. Não assumem para si nossas dores, mas sofre ao nosso lado suas dores. Tenho a graça e honra de ter alguns desses nobres ao meu lado......

sábado, 8 de setembro de 2012

Eu e ela...

“Penso em minha mãe. Penso no seu jeito triste de me amar. Gostaria de vê-la só mais uma vez. Só para ter a oportunidade de dedicar lhe um olhar demorado, sem distancias. Queria ficar com ela em solidão. Arrancar lhe o lenço, pentear lhe os cabelos e enfeita los com flores do campo. Vestir lhe vestidos vermelhos, felizes, perfumados. Destrancar seus lábios para que pudesse falar seus medos, receios, desejos. Queria assentar me com ela na cama, entrelaçar lhe as mãos em movimento de cumplicidade e contar lhe tudo o que a vida me permitiu viver. Confidenciar lhe os medos que experimentei em sua partida, a vida de desafios que assumi, e ouvir as confissões de seu coração envelhecido. Queria perguntar lhe o que nunca soube perguntar. Investigar seus prazeres ocultos, suas alegrias miúdas. Queria desenterrar de sua boca a risada nunca permitida, o grito eufórico, o desabafo. Queria fazer o que nunca recordo ter feito. Aconchegar minha cabeça em seu colo, aninhar me indefeso, entrelaçar meus braços em suas ancas de mulher, pedir lhe socorro, proteção. E depois, balbuciando como uma criança que se sabe amada, eu lhe pediria que me retornasse ao ventre, para que, no exercício de sua maternidade, ela me devolvesse ao primeiro estado de minha vida estranha. Eu e ela. Indistintos corpos numa única urdidura biológica. Simbiose silenciosa que jamais seria rompida por contrações  musculares que inauguram a partida que nunca cessa. Eu no ventre. Adormecido na indivisa condição de pertença. Eu ventrifixado, não acontecido, preservado para todo o sempre do tortuoso destino de nascer, de romper as entranhas, de expor minha alma de sombras aos desconfortos da inclemente luz do sol. Eu e ela”

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sonho......


Sonho é assim. 
Às vezes ultrapassa a escuridão da noite e ganha luz.
Ressuscita no domingo de ramos e ganha voz em nossos gritos de aleluia.
Sonho às vezes é maior que nossa realidade e inverte a lógica do sonhar.
O sonho se torna realidade e a realidade é mera recordação de um sonho um dia sonhado.
Quero realidades mergulhadas em sonhos. Não sonhos que terminam com o raiar do sol, mas sonhos que vão se aquecendo conforme o sol vai chegando.
É feito alimento no fogão. Conforme o calor vai aumentando, o que antes era grão torna se alimento.
Meus sonhos seguem a mesma lógica. No calor do sol real que vai chegando, meu sonho vai estendendo o tapete sob carne amanhecida em minha alma....

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Espero.....



meus gemidos de amor são internos...
grito e  som ecoa em mim....
som sem palavas, som de silêncio...
pois do amor, apenas conheço isso
seu silêncio que insiste em permanecer..
um dia espero que meu gemido ganhe palavras...
que meu amor crie eco
que meus verbos ganhem corpo
que meu amor, ganhe o amado!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Irei viajar....


Irei viajar.
Nao tenho o bilhete da passagem nas maos e nem o destino eu sei. Viagem que nao se faz de aviao e nem de trem. Irei viajar em mim. Visitar meus subterraneos. Meu sub mundo. Meus erros. Meus medos. Lembranças jogadas para debaixo do tapete. Feridas carregadas na alma e no corpo. Hora de parar. Cansei de ir. Preciso voltar. Me resgatar de mim mesmo. Trazer pela mao aquele que em mim esta perdido em algum lugar que nao tenho mais acesso. Hora de entrar em meus matos. Abrir clarão em minha escuridao. Sei que voltarei. Não sei que dia e nem que hora. Mas voltarei. Em meu retorno espero trazer aqueles que perdi. Mas acima de tudo, espero trazer meu sorriso no rosto e a liberdade na alma de ser que eu sou....

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Existe um lugar.....

Existe um lugar. Lindo, feito de céu, feito de mar.
Um lugar onde as palavras falam, os verbos tem vida e a vida tem verbos....
Lá nesse lugar, o amor não é palavra, o abraço não é obrigação e o sorriso é cativeiro.
Lá, céu e mar estão juntos. Lua e sol são namorados e vivem felizes com seus filhos, as estrelas...
Existe um lugar. Um lugar que não cabe no mapa. Que não podemos ir de carro e tão pouco de avião....
Nesse lugar não usamos sapatos, pois eles aprisionam nosso pé...
Existe um lugar, onde a liberdade é nossa única prisão....
Existe um lugar que não tem tempo, não cabe no relógio e não existe ponteiros. Nele lua e sol habitam o mesmo céu, ao mesmo tempo....
Existe um lugar........
Esse lugar existe......

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Maria de Rodas......


“Maria de Rodas”. Elas são Carolinas, Flavias, Tatianas e tantas outras. Todas Marias. Todas em Rodas.
Fátimas, Antonias, Julianas e Evas. Marias espalhadas por todo esse Brasil. Deslizando sobre o território da invisibilidade com suas rodas.
Marias que nos ensinam que andar é muito mais que o movimento das pernas. É antes de tudo, um querer ir…..
Marias, mulheres e mães. São colocadas no campo da invisibilidade social, mas lá não permanecem. Suas rodas a levam. As trazem e nos levam com elas.
Suas cadeiras manuais, motorizadas e potentes. Nos leva a lugares que nossas pernas fortes e firmes não firmariam nossos pés.
Enfrentam pedras, calçadas, ônibus e escadas. Pois são Marias.
Marias lançadas ao desafio de viver em uma sociedade que prima tanto por inclusão. Não, nossas Marias não querem inclusão, isso é dever do Estado e da Nação. Nossas Marias travam lutas usando de cadeiras por integração.
O parque da esquina, a escola das meninas, a praia no litoral. O teatro com a peça em cartaz, o cinema com a estreia do filme. Todos lugares de inclusão social.
Não, não basta ter inclusão. Faz-se necessário a integração.
Na ausência do movimento das pernas, eis a força dos braços, as mãos calejadas e a cadeira a desfilar. Ela é o símbolo da integração.
Uma inclusão que não se faz apenas de acessibilidade arquitetônica, mas de quebra de paradigmas, de conceitos e de olhares.
Marias que nos levam e que nos devolvem.
Todos conhecemos algumas dessas tantas Marias da invisibilidade social. A elas conhecemos, suas cadeiras, suas lágrimas e suas lutas.
Alguns conhecem um pouco mais. Conhecem também suas vitórias.
Eu conheço a muitas Marias, mais uma em especial.
Minha Maria de Rodas, Tatiana Rolim.
A você que me leva de carona em suas rodas por lugares que sozinho não chegaria jamais!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Papai, eu empresto meu ar pra você respirar….

Só conquista quem permanece. Ninguém conquista nada de passagem.
Para conquistar um sorriso seu, um abraço seu ou um espaço em seu coração, se faz necessário permanecer, lhe conquistar.
Seu semblante sempre fechado apenas é disfarce de um sorriso tão lindo que não cabendo em sua alma, transbordou para seu rosto.
Esse é o presente que nos dá. Em reconhecimento àqueles que em ti permanece, recebem seu sorriso, aqueles que apenas passam, seu olhar recebe. Ambos recebem.
Eu tenho a graça de receber seu sorriso todos os dias, mas nem por isso abro mão de me lançar no desafio diário de conquistar lhe. Não quero que me ame por ser eu seu pai, isso tem outro nome, respeito talvez. Quero que me ame, porque fui vitorioso na arte de lhe conquistar.
Termino essa singela homenagem com sua fala hoje pela manha. Ao lhe acordar para juntos comemorarmos seu aniversario, você ainda com a mascara de inalação no rosto para lhe ajudar a respirar, eis que suas primeiras palavras foram: “Papai, eu empresto meu ar para você respirar….”
Tens razão meu filho, tu és meu ar. Sem ti, nem respirar eu sei, muito menos viver.
Obrigado a Deus por me dar um Theus em casa.
Força Theus
Parabéns meu filho

terça-feira, 24 de julho de 2012

Parabéns Miguelito!

“Miguel será seu nome. Assim como o Arcanjo Miguel, meu filho terá o nome de Miguel”.
E assim se deu, no dia 24 de julho do ano de 20o6 as 19:35 hs eis que meu anjo resolveu ganhar feições de humano e veio aqui me ajudar a ser mais humano.
Miguel chegou e tal qual o Arcanjo Miguel, assim é sua vida.
Arcanjo Miguel foi o anjo que defendeu o Senhor na investidura de Lucífer contra os céus. Miguel se colocou a frente do Amor, do Bem e a Deus ele defendeu.
O mesmo se dá aqui na Terra. Meu Miguel, todas as vezes que a dor, a lágrima, a tristeza, a descrença, a falta de fé se apresenta diante de meu coração, ele aqui também se levanta defendendo meu coração….
Na tentativa de ser seu pai, sou muito mais filho.
Na ilusão de lhe educar, sou eu que aprendo.
Obrigado meu filho por me fazer mais humano, mais feliz e mais filho.
A profecia de sua mãe, aqui se cumpre todos os dias. Tenho um Arcanjo em casa em traços humanos. A batalha é a mesma, a defesa  do Amor e do Bem.
Muitas batalhas já travamos, muitas lagrimas já derramamos. Mas muito, muito mesmo já nos alegramos.
Seja feliz meu filho.
Seja feliz hoje e sempre……
Parabéns Miguelito

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Eis que voltamos!

E depois de muito tempo ausente, eis que retorno a meu quintal tecnológico pelo qual tenho muito carinho.
Foi aqui que tudo começou. Aqui rascunhei minhas primeiras linhas. Aqui era e é meu quintal onde brinco de ser poeta.
Toda volta é um movimento de quem um dia partiu e agora retorna. Em meu retorno, estou ainda abrindo as malas e vendo o que levei e o que retornou comigo.
Voltar pra casa é voltar pra nós mesmo. Nesse retorno, lanço meus olhos a meus rascunhos e neles vejo o quanto cresci por aqui.....
Que assim seja, que possamos voltar a brincar de poesia de frma autentica e clara.
Ganhei outros endereços, facebook, twitter e outros, mas nada como nosso primeiro endereço.
Felliphe, seja bem vindo!