Ontem vivi umas das mais fascinentes experiencias em minha vida.
A cada novo dia que se amanhece eu me lanço na experiencia de ser pai, a cada novo amanhecer que deslumbro os olhos de meus dois pequenos, me permito a ensinar algo a eles, como foi um dia desses messmo ao ensinar o Miguel a acompanhar os pontinhos da caneta que fiz em uma folha e assim ao final escrever seu nome.
São apenas tentativas, pois em todas elas quem sai com o aprendizado sou eu.
Ontem passamos por uma dessas. Devido a alguns problemas de saude que o Matheus obteve, foi necessario recorrer a um tratamento onde um dos passos é uma vacina chamada Penumosetevalente.
O Matheus precisa tomar algumas doses dessa vacina, pois o pulmão dele nao suportaria uma nova penumonia e tal vacina inibi tal reação.
Bem, o Matheus tem apenas dois aninhos. Em Dezembro passado fui sozinho com ele tomar a primeira dose.
Na hora em que o medico a aplicou, ele chorou e muito. Sabia que ele iria chorar, precisava eu me segurar para não chorar. Em um momento, em meio a seu choro ele me olhou e parou de chorar. Apenas olhou. Em seu olhar sei que ele procurava alguma coisa em mim, uma certa segurança, proteção. Talvez minha repreensao perante aquele medico que o provocou tamanha dor. Porem nada encontrou, pois eu tinha certeza que aquilo havia doido muito mais em mim do que nele.
Acredito que com Deus aconteça a mesma coisa. A cada nova queda nossa é Ele quem sente muito mais do que nós.
Ontem era mais um dia desses dificeis. Era a segunda dose da vacina e lá estava o endereço de meu novo calvario. Dessa vez nao queria ir sozinho e entao fomos todos juntos: eu, Matheus e Miguel ( seu irmao de 3 anos).
Miguel como sofreu de um resfriado muito forte a pouco tempo atras, ele já sabe muito bem o que é e a dor de uma vacina, sendo assim foi falando para seu irmao que iria doer muito, mas nao era para chorar.
Ficamos na ante sala esperando para ser atendidos e durante todo esse tempo Miguel foi fazendo tudo aquilo que nao era para fazer: assustando seu irmao e tirando de mim todos os possiveis argumentos de que nao iria doer.
Porem, na hora em que fomos chamados e entramos na sala para receber o medicamento, o medico foi abaixar um pouco a calça de Matheus para poder aplicar a vacina em sua perna. Miguel, seu irmao, sabendo o que iria aconetcer, entrou na frente e nao pemitia que o medico tocasse em seu irmao.
Eu vendo tudo aquilo, nao tinha palavras, nao tinha reação. Mais uma vez meus filhos me mostravam nao a reação que eu deveria ter, mas a reação de Deus diante daquilo que possa nos provocar dor. Ele sempre nos defende.
Apos o medico convencer Miguel a sair, ele segurou a mao de seu irmao e ficou ali, junto de nós.
A vacina foi aplicada, Matheus chorou.
Para minha surpresa, ao olhar para Miguel para lhe chamar para irmos embora, ele estava com os olhos cheios de lagrimas.
Olhei para ele e nada pude fazer.
Na hora me lembrei da passagem biblica onde nós diz: " se vois que sois homens e pecadores fazem isso, cuidam dos seus, imagina Deus que é Santo e sem pecado".
A vacina nao doeu em Matheus, mas pela força do amor Miguel tambem sentiu na pele as mesmas dores que Matheus.
Olhei para ele e nada falei. Me levantei e saimos todos juntos.
Não sei descrever o que vivi naquele momento, nao sei explicar o que aprendi. A unica coisa que sei é que as mesmas reações de meus filhos sao as reações de Deus em minha vida!
Um Deus que insiste em derramar lagrimas por mim!