terça-feira, 19 de outubro de 2010

Permita-me ser eu mesmo


Fui chegando e entrando, assim, sem nem bater na porta.

Entrei sem nem pedir licença. Entrei e fui logo falando. Empunhei o dedo e disse:

- “ Olha aqui, me permite ser eu mesmo. Sou ser humano caso você não saiba. Permita-me sentir medo, chorar, ser fraco, cair e levantar.
Não sou uma  maquina. Sei que você também não é. Porem não sou tão forte assim como você. Por vezes não consigo acompanhar os seus sonhos, seus planos e projetos. Fico no meio do caminho, sozinho!
Gostaria de ser como você, porem não gostaria de abrir Mao de tudo o que sou. Gostaria de ser forte como você, mas não tão racional assim.
Gostaria de sair fazendo e tudo o que me vem na cabeça, assim como você é. De ter planos milimetricamente planejados, com diversas alternativas, exatamente assim como você fica planejando em suas noites.
Gostaria de amar da mesma forma que você ama, me dedicar como você se dedica.
Gostaria de muitas coisas que vejo em você. Mas não sou assim, sou diferente. Sei que minha diferença por vezes me custa. Perder-me dentro de mim mesmo é exercício doloroso que freqüentemente executo.
Olha só, eu aqui me acabando em lagrimas e você inerte. Somente olhando em meus olhos e vendo o oposto de você, mesmo nós sendo tão parecidos assim.
Já chega. Irei embora e declarar minha independência de você. Não precisa me falar. Sei que não irei muito longe sendo assim, repleto de medo, verdade e mentira. Mas quero caminhar com meus próprios pés e não nas asas de seus sonhos.
Adeus.”

P.S – Fragmentos de minha conversa com meu espelho na manha de hoje.