“Maria de Rodas”. Elas são Carolinas,
Flavias, Tatianas e tantas outras. Todas Marias. Todas em Rodas.
Fátimas, Antonias, Julianas e
Evas. Marias espalhadas por todo esse Brasil. Deslizando sobre o território da
invisibilidade com suas rodas.
Marias que nos ensinam que andar
é muito mais que o movimento das pernas. É antes de tudo, um querer ir…..
Marias, mulheres e mães. São colocadas
no campo da invisibilidade social, mas lá não permanecem. Suas rodas a levam. As
trazem e nos levam com elas.
Suas cadeiras manuais,
motorizadas e potentes. Nos leva a lugares que nossas pernas fortes e firmes não firmariam
nossos pés.
Enfrentam pedras, calçadas, ônibus
e escadas. Pois são Marias.
Marias lançadas ao desafio de
viver em uma sociedade que prima tanto por inclusão. Não, nossas Marias não querem
inclusão, isso é dever do Estado e da Nação. Nossas Marias travam lutas usando
de cadeiras por integração.
O parque da esquina, a escola das
meninas, a praia no litoral. O teatro com a peça em cartaz, o cinema com a
estreia do filme. Todos lugares de inclusão social.
Não, não basta ter inclusão. Faz-se
necessário a integração.
Na ausência do movimento das
pernas, eis a força dos braços, as mãos calejadas e a cadeira a desfilar. Ela é
o símbolo da integração.
Uma inclusão que não se faz
apenas de acessibilidade arquitetônica, mas de quebra de paradigmas, de
conceitos e de olhares.
Marias que nos levam e que nos
devolvem.
Todos conhecemos algumas dessas
tantas Marias da invisibilidade social. A elas conhecemos, suas cadeiras, suas
lágrimas e suas lutas.
Eu conheço a muitas Marias, mais
uma em especial.
Minha Maria de Rodas, Tatiana
Rolim.
A você que me leva de carona em
suas rodas por lugares que sozinho não chegaria jamais!
Um comentário:
Que bonito isso *.*
Que bom que está de volta!
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