sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pietá em traços humanos!

Meus olhos ainda não há alcançaram mas meu coração nela fez sua moradia. Mulher sensível a vida e da vida tão abusada. Das alegrias viveu seus avessos, dos sonhos restou somente a doce ilusão.
Mulher de luta e luta em todos os sentidos. Há conheci assim, travando uma luta que não é sua, mas assumiu para ti.
Da fragilidade do sobrinho fez seu altar. Ofereceu não somente seu carinho de tia, mas a totalidade de sua vida depositou diante de seu pequeno Felipe.
Mudou a lógica da vida, inverteu os caminhos e trocou os valores. Nada mais em sua vida teria sentido algum se o sentido de tudo não fosse à luta pela vida diante de seu sobrinho.
Tal qual Pietá, com seu Filho deitado nos braços, sem nada poder fazer a não ser receber aquele que ali estava; Jane também assim o faz. Na incompreensão da vida, acolhe o pequeno Felipe em seus braços, e de seus braços sai à força motora na vida de Felipe, o amor incondicional de uma tia que não se esgotou na função de tia, mas resolveu também ser altar!
Jane é altar de muitas dores, ponto de encontro de muitas lagrimas, repouso de muitas esperanças “desesperançosas”. Mas quanto esta diante das lutas de seu Felipe, tal qual o sacerdote professa as palavras santas e faz do pão alimento e do vinho sangue que salva, ela também transforma lagrimas em sorrisos,  dores em felicidades e lagrimas em águas refrescantes.
Gostaria de saber de onde vem tamanha força, tamanha garra, tamanho dom e tom.
Na ausência da resposta, fico na limitação da pergunta.
Pietá que retrata Maria que recebeu na quinta feira  do Alto da Cruz seu Filho morto, mas não morria em si a certeza da vida, e crente nesta certeza, no domingo viu seu Filho ressuscitar, assim também vejo em ti, que por inúmeras vezes recebeu seu sobrinho em seus braços, limitado pela patologia, saibas que domingo ele também levantara, olharas em seus olhos e dirás: Mulher o que busca aqui? Aquele que adormecia não esta mais aqui. Ressuscitou!
Que seja assim, perguntas sem respostas e respostas que não carecem de perguntas, mas acima de tudo que seja Jane. Que seja Selma. Que seja Rocha!

Um comentário:

Fernanda disse...

Um texto à altura dessa pequena grande mulher, uma fênix!