terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

No compasso do coração

Os pés são nossos, mas o caminho que irão percorrer nunca saberemos.
Por vezes nos levam ate o jardim para uma caminhada ao céu livre, outrora nos leva em contato com aquela vizinha chata que somente sabe fazer duas coisas: falar mal da outra vizinha e nos passar um relatório completo da vida afetiva. O que me interessa a vida pessoal dela? Bem, isso é pauta para outro texto.

Existe outro mecanismo que nos leva, nos conduz. Porem este de forma especial tem o poder de nos levar, mesmo sem nos fazer sair do lugar. O coração. Somos meros passageiros nele, hospedes de nós mesmos.

O momento mágico na vida é exatamente quanto nosso coração resolve caminhar nas mesmas pegadas que nossos pés. Quanto cansado do caminho que nossos pés percorreram, encontramos nosso coração ali, exatamente no mesmo lugar.

Coração e pés nem sempre andam juntos. Os machucados pelo amor sabem disso. Colocaram vossos corações em um caminho onde os pés não queriam caminhar. O verso também é verdadeiro. Por vezes nossos pés são solitários em uma jornada que o coração insiste em não fazer companhia.

Por isso o mágico é mesmo quando o bilhete é duplo. Dividem a poltrona e viajam juntos.

Nem sempre isso se dá, nem sempre é possível. Porem por vezes isso se dá forma livre, gratuita, sem intenção ou pretensão. Aconteceu por acontecer, assim pensamos.

Hoje meus passos me conduziram para algum lugar onde com certeza meu coração faria morada. O percurso foi rápido, a instalação do coração também. Bastou um olhar e lá estava ele, o coração reivindicando que os pés não caminhassem mais, nem um passo a mais!

O motivo? Bem esse não sei explicar, ate mesmo porque se houvesse explicação não seria coisa do coração, do sentimento, mas sim da cabeça, do razão.

Os motivos dos passos, do caminhar, esses foram profissionais, mas revelaram um porto seguro totalmente humano e pessoal.

No olhar enxergado, na saudação entregue, no bilhete escrito e na boa intenção confessa o coração codificou segundo sua linguagem, segundo seu alcance.

Não sei se corações conversam entre si. Se sim, este é o bilhete que o meu rabiscou em chão de giz no momento que lhe encontrou!

Um comentário:

angela disse...

Que bonito! Tomara que sim. Que os corações estejam conversando entre si na mesma linguagem e com o no mesmo ritmo.
beijos