sexta-feira, 10 de maio de 2013

...Não me fez filho, mas me ensinou a ser humano!

Ela não me gerou, mas me criou. Não sou filho de seu ventre, mas acolhido de seu coração.

Em suas mãos tremulas, me deu firmeza. Não me fez filho, mas me ensinou a ser humano...

Por seus seios não fui alimentado, mas por sua dedicação, encorajado...

Não visitei por nove meses a intimidade de seu corpo, mas estabeleci residência em sua vida durante toda a eternidade....

Meu primeiro choro, foi ouvido por seus ouvidos. Sua última respiração, foi seguida de seu último olhar nessa terra em minha direção....

Não sou tudo o que ela me ensinou, mas sou tudo o que consigo ser, dentro do que ela sempre sonhou....

Hoje sigo, sem suas mãos estendidas em minha direção me ajudando a levantar quando minhas pernas pequenas não tinham forças para os passos que eu queria dar.....

Não a tenho a altura do abraço, a distância do beijo...

A tenho aqui, no lugar mais santo que minha limitação humana conseguiu criar.

Lá, antes de entrar, retiro as sandálias, pois lá o Divino se fez humano, com sabor, gestos e palavras....

Agradeço a ti, Dona Noemia, por ter feito o movimento contrário do nascimento, ao inves de me expelir de seu corpo, me levou para dentro dele, fez de seu coração a extensão do ventre que não me recebeu....

No dia das mães, sou grato por ser filho.

P.S: Receba minhas lágrimas. Entregue me sua benção e seu cheiro

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Minha avó não sabia ler e nem escrever. Mas sabia eternizar.



Minha avó não sabia ler e nem escrever. Mas sabia eternizar.
E assim ela foi eternizando em mim, os verbos que não leu e nem escreveu, apenas escutou....
Eu na minha infância, apenas enxergava seus movimentos. Ela pegava um livro, olhava para ele e começa a contar historias. Não lia, apenas contava. Oras, ela não sabia ler, mas eu, eu sabia escutar....

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Chove....

Sempre que chove lembro de minha infancia. Eu e vovó sentavamos a beira da porta da cozinha e ficavamos vendo e ouvindo os pingos cairem no chão de terra no fundo do quintal. A chuva corria em caminhos estreitos feito no chão. Livre e liberta das nuvens, ela apenas queria viver. Deixou de ser chuva. Agora era apenas água.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aqui mora minha essencia...


Ando pensando na necessidade que por vezes temos de voltar ao passado, usando da justificativa que precisamos nos reconectar, recuperar nossa essência perdida em algum lugar.

Primeiro acredito que essência é algo inerente do ser, por mais perdido que eu esteja dentro do meu eu, minha essência sempre estará comigo. Talvez seja eu que não queira estar com ela.

Voltar sempre é bom. Rever o caminho, identificar as pessoas que tanto nos tempos de vacas magras ou agora, no das gordas, estão ao nosso lado. Isso é bom.

Porem, melhor ainda é continuar, seguir a frente, evoluir.

Minha viagem ao passado em nada ira mudar o que sou hoje. O que sou é fruto daquilo que fui. E, de posse desse fruto, devo continuar. Com minhas limitações e erros, com meus acertos e tentativas. Mas sempre seguir.

Voltar. Pegar o caminho certo. Não! O caminho dito certo não peguei no passado, dei preferencia  ao atalho que me trouxe ate aqui. O que me resta agora é continuar a caminhada. Fazendo dos meus  passos de hoje, boas pegadas a serem vista no amanhã!

O importante é seguir sendo quem eu sou, e não aquilo que pensam que eu venha a ser ou o que falam que eu seja….
Aqu mora minha essência. Na responsabilidade pelos meus passos errados, mas também na propriedade dos passos que irei trilhar.